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VÍDEO: apesar da promessa de queda, gás de cozinha chega a R$ 90

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Anselmo Cunha (Diário) 

Item indispensável no dia a dia de qualquer pessoa, o gás de cozinha chega a preços inimagináveis pela população. A promessa de campanha do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), de vender o botijão de 13 kg por R$ 30, está muito longe de ser realidade. Com os preços puxados pelo mercado internacional, o valor do botijão em Santa Maria chega a custar R$ 90 (confira na tabela ao lado).


A última alta aconteceu no início de fevereiro - 5,05% no preço do botijão. São R$ 0,14 a mais por quilo. Assim, o botijão de 13 quilos passou de R$ 35,98 para R$ 37,79 nas refinarias. É o segundo reajuste da estatal durante 2021.

Em janeiro, o preço já havia subido 6%. A explicação para o aumento é a mesma para a elevação dos preços da gasolina e do diesel: a variação do valor do produto no mercado internacional e a política da Petrobras em acompanhar essa flutuação.

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- No ano passado, foram 20 reajustes. A gente não chega a notar uma queda no consumo porque é um produto de primeira necessidade. As pessoas não vão deixar de cozinhar e se alimentar, mas a gente escuta o pessoal reclamando. Infelizmente, a gente não tem como segurar o reajuste - relata Fabrício Lorensi, proprietário do Amaral Gás, no Bairro Tomazetti.

A opinião do empresário é endossada por dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP). Segundo o órgão estatal, ao contrário dos demais derivados de petróleo que tiveram queda significativa do consumo durante a pandemia, as vendas de botijões de gás de 13 quilos cresceram 5,3% no país em relação a 2019.

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Aumento de 76%

O preço do gás chegou a ficar congelado entre 2007 e 2014 e passou a ter reajustes em 2017, quando custava em torno de R$ 50. Na época, no governo Michel Temer (MDB), a Petrobras adotou a atual política de preços, que acompanha o valor do produto no mercado internacional. Desde então, em quatro anos, o botijão já subiu 76% na cidade.
Em meio aos sucessivos aumentos, Bolsonaro chegou a sinalizar que iria apresentar um projeto de lei para fixar os valores do ICMS dos Estados, buscando reduzir o valor dos combustíveis e do gás. No entanto, a ideia não foi, em um primeiro momento, levada adiante. Com o cenário que se apresenta, o preço tende a subir ainda mais nos próximos meses.

RevendaBairroValor na portaria (RS)Valor na entrega (RS)Reajuste
Comerc.Gás PistoiaCamobi79,9089,90Não informado 
Guigus GásDores80908 (portaria)
9 (entrega) 
Taborda GásRosário7790Não informado
Triângulo GásT. Neves8090
Tele Gás do Amigo
Urlândia77905
Cauduro Gás e BebidasCentro80855
LorensiUrlândia76852,60
Expresso GásCarolina8389,904,50
Amaral Gás

Tomazetti76857

Preço impacta os restaurantes 

A expressiva alta no preço do gás de cozinha é sentida pelas famílias, mas, sobretudo, por empresários que trabalham no ramo gastronômico e que têm seus ganhos diretamente atrelados à flutuação constante do produto. Com o botijão beirando os R$ 90, em concomitância com a elevação do preço dos alimentos na pandemia, cria-se um dilema que causa dor de cabeça nos proprietários de restaurantes: repassar, ou não, o custo ao consumidor.

A proprietária do Giga Massas do Royal Plaza Shopping, Vina Rigotte, afirma que gasta cerca de R$ 1 mil ao mês somente com o gás, que é cobrado em conjunto com o condomínio. A alta, somada com a diminuição de clientes em função da pandemia, dificulta o negócio.

- Estamos há dois anos cobrando o mesmo valor. Subiu tudo, mas mantivemos os preços. É difícil porque usamos bastante gás. Com a pandemia, está superdifícil - relata.

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Há 24 anos comercializando frangos assados na Avenida Presidente Vargas, o empresário Vilson Azzolin, 61, também está segurando o repasse das sucessivas altas aos consumidores. Ele gasta, em média, R$ 520 por mês somente em gás. Como compra o produto com antecedência, vai demorar algum tempo para que a alta da Petrobras seja sentida nos custos da empresa.

- As vendas já não estão boas e se eu subir os preços, daí fica muito ruim. Espero três reajustes para repassar o valor ao consumidor - diz Azzolin.

ALTERNATIVA

Enquanto o gás não tem perspectiva de redução, estabelecimentos que usam energia elétrica não sofrem com os reajustes. O Xis do Bira, localizado na Rua Silva Jardim, é um exemplo. Por orientação do Corpo de Bombeiros, não foi possível instalar os botijões dentro do estabelecimento por questões de segurança. Com isso, as chapas são aquecidas pela eletricidade gerada por energia solar. A inciativa, ao longo do tempo, se mostrou acertada e, principalmente, sustentável.

- Foi uma determinação dos bombeiros, mas o preço do gás interfere muito. Não iria valer a pena fazer toda a tubulação para o gás ficar lá fora. Agora, temos energia solar, o que nos ajuda ainda mais - relata Everton Boelter, um dos proprietários.

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